A alma hibernada despertou preguiçosa. O silêncio do inverno, exausto, descansou reflexivo e solitário. Aqui e acolá, alegrias acinzentadas começavam a mostrar leves sinais de inquietação. Abriu a janela e deixou os frios cortantes escaparem por entre as rajadas das brisas que apenas se insinuavam.
Além do horizonte visível, novos horizontes ampliados prometiam luz radiosa e cegavam exuberâncias pungentes e vigorosas.
Respirou o novo profundamente.
Estendeu as mãos para as delicadezas de orvalho e deixou-se salpicar das pequenas gotas de encantamentos que brotavam verdes e esperanças.
Entregou-se suavemente à metamorfose anunciada. Deixou-se vestir de todas as cores e cobrir de todas as flores. Exalava perfumes inesperados e entoava surpresas de pássaros.
Esperava e desesperava renovação.
Primaverava, enfim!
Lindo também
ResponderExcluirEsse é um dos que mais gosto...
Excluir