terça-feira, 21 de junho de 2016

Danyyel.

Daniel tem origem no hebraico Danyyel e significa Deus é meu juiz.

Daniel foi um dos profetas do Antigo Testamento e autor  do livro que registrava visões e profecias vindas de sonhos. Foi também protagonista de uma das passagens mais simbólicas por sobreviver quando  jogado na cova dos leões.

O significado, seus desdobramentos e associações,  embora lindíssimos, não influenciaram na escolha desse nome para o meu filho. A certeza sempre foi absoluta e inquestionável.  Gostava/gosto da sonoridade, gostava/gosto dos apelidos, gostava/gosto do que o nome carrega além do nome. Carrega, pelo menos, na minha emoção. Sempre achei que Daniéis seriam pessoas sensíveis, generosas, justas, criativas e afetivas.  Se tivesse um filho, queria que fosse assim.  E tive essa sorte! E assim é o meu filho Daniel!

Esse nome tanto é potente e significativo no meu universo, que me trouxe mais dois Daniéis: um sobrinho-neto de quase 3 aninhos, sorridente e iluminado! E um genro.

A palavra genro impõe cautela. Uma certa reserva pela parcialidade inevitável.  Mas não há qualquer cautela ou reserva num genro que carrega as qualidades natas ao seu nome especial, além de suas tantas outras qualidades pessoais.

Claro que ser um corinthiano fanático é uma ressalva. Fazer o que? Ninguém é perfeito.

Mas como não agradecer a quem faz a sua filha tão feliz? Quem incentiva, motiva, impulsiona e prestigia cada ação, cada conquista, cada vitória? Quem consola, apoia e conforta cada decepção, tristeza, indignação ou preocupação? Quem divide e inclui? E olha e cuida? E sonha junto?

Daniel genro tem trazido só coisas boas!  Trouxe equilíbrio. Trouxe identidade religiosa e acolhimento. Tem um olhar social, generoso e desapegado. Tem uma índole inclusiva e  amizades leais e duradouras.Tem risada límpida. E tem a leveza necessária para contraponto de uma  Marina nem sempre  fácil.   Convive com nossa família numerosa e intrometida. E se ajusta, "quase" sem esforço,  mantendo seu espaço necessário e saudável.

E hoje é o seu aniversário! 27 anos!

Que toda a luz que emana do seu nome ilumine os seus caminhos e escolhas! Que a felicidade bruta, intuitiva e criativa sempre lhe seja percebida!

E que assim seja. Sempre. Para sempre.








domingo, 19 de junho de 2016

Chico Buarque e o cinema brasileiro.

"Uma tela enorme e vazia... Eu tive medo... Do que enxergaria ali mais tarde... Ou mais cedo..." (A Primeira Vez, Mamãe, Que Eu Fui Ao Cinema - José Miguel Wisnik)


O Dia do Cinema Brasileiro é comemorado em 19 de junho em homenagem ao dia em que  o ítalo-brasileiro Afonso Segreto registrou as primeiras imagens em movimento em solo nacional em 1898. Essas imagens capturaram a Baía de Guanabara  e foram feitas a bordo do navio Brésil.

19 de junho é também o dia  do nascimento de Chico Buarque, que hoje completa 72 anos.

Como melhor celebrar as duas datas senão contando a trajetória de Chico no cinema?

Chico tem participação expressiva no cenário cinematográfico  nacional e  talvez seja o artista originário do meio musical de maior presença "anônima"  na sétima arte.

Sua estréia foi em 1967 no filme Garota de Ipanema, escrito a oito mãos (Vinicius de Moraes, Glauber Rocha, Leon Hirzman e Eduardo Coutinho), no embalo da Bossa Nova e do Cinema Novo e onde ele interpretava um dos namorados mal sucedidos da bela. Seguiram-se Quando o Carnaval Chegar (Cacá Diegues - 1972), Vai Trabalhar Vagabundo II, como Julinho da Adelaide (Hugo Carvana - 1991), O Mandarim, como Noel Rosa (Julio Bressane - 1995), Ed Mort (Alain Fresnot- 1996) e Água e Sal, a polêmica co-produção luso-italiana de Teresa Villaverde (2001).

Chico também (co)assina o roteiro - além da produção musical - de marcos da cinematografia brasileira: Quando o Carnaval Chegar (Cacá Diegues - 1972), Os Saltimbancos Trapalhões (J.B.Tanko - 1981), Para Viver um Grande Amor (Miguel Faria Jr - 1983), Ópera do Malandro (Ruy Guerra - 1995), Estorvo (Ruy Guerra - 2000), Benjamin (Monique Gadnberg - 2003) e Budapeste (Walter Carvalho - 2009).

Documentários importantes também contam com a sua participação: O Povo Brasileiro (Isa Grinspum - 2000), Raízes do Brasil (Nelson Pereira dos Santos - 2004), Vinicius de Moraes (Miguel Faria Jr - 2005), Maria Bethania: Música e Perfume (Georges Gachot - 2005), O Sol: Caminhando contra o Vento (Tetê Moraes e Martha Alencar - 2006) e Fados, com o belíssimo Fado Tropical (Carlos Saura - 2007).

Mas a sua maior contribuição para o cinema nacional é, sem dúvida, a vasta lista de canções lindíssimas e inesquecíveis compostas especialmente para produções que nem sempre foram sucesso de público e críticas. Mas essas canções, mesmo que não imediatamente associadas aos filmes que as inspiraram, seguem imortalizadas no nosso acervo cultural coletivo.Entre tantas, cito Chorinho, Noite dos Mascarados, Joana Francesa, Vai Trabalhar Vagabundo, Flor da Idade, Quadrilha, O Que Será, Feijoada Completa, Não Sonho Mais, Sob Medida, Mil Perdões, A Ostra e o Vento, Forrobodó e, claro, Bye Bye Brasil.

Se tivesse que indicar o imperdível de Chico Buarque para os amantes do cinema, não poderiam ficar de fora:

1) Dona Flor e Seus Dois Maridos (Bruno Barreto - 1976), pelas três versões da música O Que Será. Continua sendo um dos filmes brasileiros de maior bilheteria de todos os tempos;

2) Bye Bye Brasil (Cacá Diegues - 1979), pela sua importância no momento histórico;

3) Eles Não Usam Black Tie (Leon Hirzman - 1981), pela trilha sonora memorável, além da dramaticidade das interpretações de Fernanda Montenegro e Gianfrancesco Guarnieri;

4) Os Saltimbancos Trapalhões (J.B. Tanko - 1981), pela trilha sonora absolutamente genial!  Meu Caro Barão é uma das músicas mais impressionantes já feitas!;

5) Estorvo (Ruy Guerra - 2000),  Benjamin (Monique Gardenberg - 2003) e Budapeste (Walter Carvalho - 2009), pelas adaptações de suas obras  literárias para a linguagem cinematográfica;

6) Certas Palavras (Mauricio Berú - 1980), longa documental que intercala canções e depoimentos, confundindo a sua obra e a sua vida;

7) Chico ou  O País da Delicadeza Perdida (Walter Salles e Nelson Motta - 1990), encomendado pela TV francesa pela comemoração dos 25 anos da carreira de Chico , faz a retrospectiva do momento politico do Brasil através de sua obra;

8) Chico: Artista Brasileiro (Miguel Faria Jr - 2015), pelas versões belíssimas das músicas selecionadas e pela descontração e proximidade ao lado mais pessoal de Chico. Um deleite!

Chico, como poucos, consegue imprimir com a precisão de suas palavras as lentes precisas que o cinema exige.  E, assim, contribuir com o conhecimento e entendimento cristalino  da história e dos comportamentos sociais.

Como bem disse Caetano Veloso: "Chico está em tudo. Tudo está na dicção límpida de Chico. Quando o mundo se apaixonar pelo que ele faz, terá finalmente visto o Brasil."






quinta-feira, 16 de junho de 2016

O Dia da Marmota.

"Esta vida, assim como tua  vives agora e a viveste, terás de vivê-la ainda uma vez e ainda inúmeras vezes: e não haverá nela nada de novo, cada dor e cada prazer e cada pensamento e suspiro e tudo o que há de indivisivelmente de pequeno e de grande em tua vida há de retornar, e tudo na mesma ordem e sequência - e do mesmo modo esta aranha e este luar entre as árvores, e do mesmo modo este instante e eu próprio. A eterna ampulheta da existência será sempre virada outra vez  - e tu com ela, poeirinha da poeira!" 
(Lei do Eterno Retorno - Friedrich Nietzsche)

O Dia da Marmota é celebrado em Punxsutawney, uma pequena cidade na Pensilvânia, todo dia 2 de fevereiro desde 1887. Neste dia, a marmota mascote, sempre de nome Phil, emerge da  toca onde se manteve hibernada durante meses sob grande expectativa. Se ela ao sair  perceber a sua sombra, retorna imediatamente para o seu buraco, anunciando que o inverno ainda se prolongará por mais seis semanas. Caso não veja a sua sombra, como é o desejo de todos, significa que a primavera finalmente chegou!

No início dos anos 90, Bill Murray e Andie MacDowell estrelaram uma deliciosa comédia romântica, o Feitiço do Tempo, cujo enredo versa justamente sobre essa  comemoração do Dia da Marmota. Por razões talvez explicadas apenas metafisicamente, o  rabugento e frustrado repórter da previsão do tempo se vê preso  no  tempo que repete indefinidamente o mesmo dia  e exatamente os mesmos acontecimentos. De início desconcertado e  revoltado, passa a aproveitar a repetição daquele um dia lapidando os defeitos que o fazem ser tão rejeitado por todos e, em especial, por sua colega de trabalho. Todo dia lhe é dada  uma nova oportunidade de aprender algo, mudar algo, chegar na alma da mulher por quem se apaixonou. Até que  o feitiço do tempo é finalmente  quebrado e ele  acorda no dia seguinte.

Penso nos dias politicamente tão  conturbados e não deixo de pensar no fatalismo do eterno retorno de Nietzsche, ainda que romantizado pelo Feitiço do Tempo.

As diárias denúncias, delações, acusações, defesas, articulações, artimanhas, manobras, discursos, tudo parece se repetir sem surpresas e na monotonia da repetição sufocante e inevitável.

Denunciantes acusam esquemas sórdidos enfaticamente negados por denunciados ultrajados e aviltados na sua moral incorruptível. Amigos e aliados desconhecem seus laços anteriores. O melhor amigo passa a ser o maior dos vilões. Os atos, todos lícitos e dentro do que reza a Constituição, sobre a qual juram fidelidade acima de qualquer questionamento. As declarações são exatamente as mesmas, independente do que sejam acusados. Pedaladas e decretos são definidos sob apenas dois prismas. Por mais de 40 pessoas diferentes. E propinas nunca existiram. E ninguém fez nada ilícito. E todos visam o bem maior do Brasil. Trocam-se os nomes, mas não se trocam os atos. E assim sucessivamente. Dia após dia. Dia após dia. Dia após dia.Cansaço.

Se há algo a aprender com o Dia da Marmota é que a sombra é que determina o fim do inverno e o início da primavera. Temos  ainda sombras e fantasmas. Inúmeros. Resquícios que nos assolam a assombram desde os primórdios dos nossos tempos e sem pressa ou vontade de aclaramento. A nossa hibernação é ainda necessária e precisa ser amadurecida pelos sombreados graduais e enfraquecidos.

E se há algo a aprender com o Feitiço do Tempo é que esse tempo entocado pode ser tão prisioneiro quanto libertador. Se por um lado te confina na desesperança e fatalidade, por outro, te abre possibilidades de novos olhares e aprendizados. Tantos quanto necessários para quebrar o casulo do tempo confinado e permitir o tempo seguinte.

Seja como for, a marmota somos nós! E não eles! E quem deixará de ver sombras seremos nós! E não eles! E quem quebrará o feitiço do tempo seremos nós! E não eles! Independentemente de quanto eles queiram e lutem para continuarmos entocados!










segunda-feira, 13 de junho de 2016

Era uma vez... 90!








Minha mãe nasceu em 13 de junho de 1926. Nasceu no Rio de Janeiro, terceira entre 10 irmãos. Minha avó era piauiense e conheceu o meu avô carioca, viúvo e com uma filha de 2 anos, quando ele trabalhava  nas obras contra a seca no Piauí.

Minha mãe nasceu em 13 de junho de 1926. Conheceu o meu pai numa festa junina e se casaram em 20 de janeiro de 1950, na Igreja N.Sra de Lourdes,em Vila Isabel. Uma  dessas sextas-feira de chuva de verão torrencial  no  Rio de Janeiro.

Minha mãe nasceu em 13 de junho de 1926. E teve cinco filhos, e deles nasceram onze netos e deles, até agora, já nasceram 8 bisnetos.

Minha mãe nasceu em 13 de junho de 1926. Dia de Santo Antonio, de quem se tornou a mais fervorosa das devotas e cujas histórias com o santo  - ou, pelo menos algumas - já contei por aqui. Meu pai dizia que o coitado do santo, quando a via entrar na igreja, tinha vontade de se esconder. O pobre não tinha como dar conta da lista interminável de solteiras por quem ele sempre intercedia e nem que trabalhasse com exclusividade tinha como atender!

Minha mãe nasceu em 13 de junho de 1926. Dona de casa exemplar, dessas que envergonha qualquer outra. Mãe atenta, presente, amorosa, disponível e muito exigente com nosso desempenho escolar e realização e independência profissional. Leitora voraz, sempre incentivou o nosso gosto ela leitura. Quantitativa e qualitativa. Esportista, também sempre nos incentivou à prática de esportes. O vôlei, em especial.

Minha mãe nasceu em 13 de junho de 1926. Sempre abriu a nossa casa aos nossos amigos e sempre incentivou a nossa vida social. Nossa casa sempre foi cheia, alegre e inclusiva.

Minha mãe nasceu em 13 de junho de 1926. E hoje completa 90 anos!

Comemoramos essa data especial, no sábado,  em família. Apesar das distâncias geográficas, conseguimos reunir quase todos. Só o neto e o bisneto que moram nos EUA não conseguiram vir fisicamente. Mas estiveram conosco entre as  3 gerações herdeiras desse legado que nos emociona e nos enche de orgulho!

Esse legado - ou o possível dele -  foi registrado no álbum que preparamos especialmente para celebrá-lo. ERA UMA VEZ... 90! E a sua vida - e as nossas, indissolúveis da dela - desfilou página após página, foto após foto,  com  conteúdo cuja importância  apenas agora começamos a dimensionar conscientemente.

Não foi nada fácil preparar esse álbum. Há algo de intocável e quase sagrado nas histórias que nos antecedem. Uma áurea de mistério que , de certa forma, hesitamos em conhecer. A sensação é de invasão. De  respeito cauteloso  com o que não nos pertence. Mais ainda, é obrigar  o olhar maduro e isento do que, até então, foi olhar filial e convenientemente seletivo. Ao mesmo tempo, há a curiosidade insaciável das histórias que se desdobram em pontas que se  juntam lá na frente. E, de repente, as conexões se ajustam, se completam.  E tecem em bordados mágicos  a  linda e plena história de 9 décadas vividas no amor desmedido pela família, nos exemplos de generosidade, de amizades duradouras, de cuidados, de agrados, de elegância, de apoio.

Não há como desvincular a história da minha mãe da história do meu pai. E uma das emoções mais profundas na construção desse álbum foi a mobilização e parceria das duas famílias! Não sei como agradecer aos meus tios/tias e primos/primas pela disponibilidade e envolvimento! Relatos, lembranças, confusões, fotos, mensagens - tão lindas! - teares  que  resgatam e preservam as  memórias familiares adormecidas e tão significativas! Descobrimos - todos - o tanto que nos une, ainda que os caminhos seja independentes. E os laços saem fortalecidos e renovados!

Comemorar os 90 anos da minha mãe é agradecer o acolhimento e reconhecimento de duas famílias unidas pelo acaso do amor  e que perpetuam o reconfortante sentimento de identidade e pertencimento.

Comemorar os 90 anos da minha mãe é agradecer a vida e valores que ela e o meu pai, cada um individualmente e coletivamente, nos transmitiram.

Comemorar os 90 anos da minha mãe é amar sermos essa família múltipla! Irmãos,  filhos, sobrinhos  netos,  sobrinhos-netos tão amados!  E tios, tias, primos e primas! E até os agregados tão integrados!

Comemorar os 90 anos da minha mãe é  experimentar as ondas do amor que aquece e reconhece essa família expandida e acolhedora.

E  agradecer - MUITO - o Era uma Vez que começou há 90 anos... E já antecipar os novos Era uma Vez que ainda virão pela frente!











terça-feira, 7 de junho de 2016

Caixa de costura.

Não tive sorte - eufemismo para talento - nas minhas experiências com a costura.

A primeira tentativa foi ainda solteira, assim que nos mudamos para São Paulo. As aulas eram com a Railda, na garagem da casa da minha prima Paula, em uma deliciosa vila no Jardim Paulista. Paula era craque na costura! Fazia coisas incríveis! Eu, um fracasso!Não usei uma só peça das poucas que consegui terminar.

Anos mais tarde, morando em Porto Rico, entrei em outro curso de costura. Comprei até a minha primeira máquina  Singer! Begonia. Professora genial. Pessoa mais genial ainda! Mantinha seus horários sempre cheios e era difícil conseguir vaga. Duas de minhas amigas, profissionais da costura, já faziam aulas com ela. E como produziram costuras! Coisa sofisticada mesmo, com forros, brocados, e sei lá mais o que! Graças a Deus, éramos de turmas diferentes e nem precisei passar pelo constrangimento da comparação com as minhas tentativas frustradas e muito mal acabadas! O máximo que consegui usável foi um vestido de estampado nada modesto com uma fenda menos modesta ainda. Usei uma vez. Apenas para constar. E aposentei o vestido  com amor próprio resignado! Definitivamente, não sou da costura.

Mas, ainda assim, mantenho a  minha caixa arrumada e completa:  tesoura, alfinetes, agulhas diversas, linhas de várias cores,  dedal, carretilhas, fita métrica  e até giz de marcação. E botões. Sou maníaca por botões. Troquei pouquíssimos ao longo da vida, mas preciso da segurança de ter todo e qualquer tipo no caso de necessidade.

Tenho comigo que uma caixa de costura é um item fundamental em cada casa. Quase um amuleto. Uma  caixa onde cada coisa tem o seu lugar e sua função -  e cuja função maior  é consertar, costurar, pregar, arrumar - dá segurança de que tudo tem conserto! E que a integridade daquele lar - e  todo o emocional  envolvido nessa palavra - pode ser restaurado e preservado. Não se manuseia, portanto, uma caixa de costuras de forma  casual ou descuidada. Há um ritual. Exige-se  concentração. Atenção. E respeito.

Esse simbolismo explica a minha  emoção ao ganhar de presente, há alguns dias, a minha nova velha caixa de costura. De madeira, com ramos desenhados na tampa, forrada de feltro,  com porta-carretéis à moda antiga. Uma beleza! Beleza maior são as iniciais desenhadas no cantinho esquerdo dos ramos: CB. Consuelo Bomfim. Minha madrinha de  crisma já falecida e sobre quem já escrevi por aqui.

Tia Consuelo fazia essas caixas. E essa é uma das últimas remanescentes. E me foi dada pela minha prima,  num gesto que ela talvez não saiba o quanto significa!

Aposentei a minha velha caixa. Arrumei a minha nova. E, de repente, tudo parece melhor!