"Ora, direis, ouvir estrelas, certo perdeste o senso... Eu vos direi no entanto: Enquanto houver espaço, corpo e tempo e algum modo de dizer não... Eu canto." (Divina Comédia Humana - Belchior)
Belchior entrou na minha vida de forma arrebatadora no início dos anos 70 com a música Na Hora do Almoço. Perdi a conta do número de vezes que ouvíamos, sem parar, "No centro da sala, diante da mesa..." Lúcia Couto, uma das minhas grandes amigas dessa época, tocava a música no violão e lembro com transbordantes saudades das tardes na sua casa na Rua Voluntários da Pátria dedilhando "moço, moço, moço.."
A sequência de sua obra é de genialidade raras vezes vista! Paralelas, Como os Nossos Pais, Apenas um Rapaz Latino Americano, Velha Roupa Colorida, Galos, Noites e Quintais, Medo de Avião, Comentários a Respeito de John, A Palo Seco, entre tantas. Músicas de beleza que chega a doer, e de conteúdos da maior complexidade! Uma obra que entranhava nos ecos da voz grave no sotaque inconfundível.
Belchior foi pioneiro na invasão cearense seguida por Ednardo e Fagner e destoava dos outros músicos da sua época no exercício da sua militância. Sua latinidade sul-americana, contida entre cifras e letras, ecoava na minha geração de forma tão transgressora quanto o imenso bigode que ostentava. Ao mesmo tempo, o seu romantismo quase pueril dosava a nossa necessidade da adolescência intensa em emoções. Belchior nos cantava. E nos cantava tão lindamente!
O LP Alucinação foi uma das jóias da minha vida. Poucos LPs apresentam absolutamente todas as faixas com tanta qualidade!
Belchior saiu de cena de forma misteriosa e atolado em problemas pessoais. Foi visto no Uruguai, no Rio Grande de Sul, mas nada plenamente confirmado. Várias hipóteses e brincadeiras foram feitas na tentativa de descobrir o seu paradeiro. Uma pena. Merecia reconhecimento maior.
De tantas músicas inesquecíveis, escolho 2: A Palo Seco, recentemente tomada pelo grupo de teatro do meu filho e cantada de forma absolutamente emocionada pelo talentoso Bruno Caetano; e Divina Comédia Humana, com os versos de Olavo Bilac e que abrem essa minha homenagem.
Belchior foi, sem dúvida, um dos maiores nomes de toda a história da nossa música. Uma grande perda. E uma grande lição:
"Deixemos de coisas, cuidemos da vida... Senão chega a morte, ou coisa parecida... E nos arrasta moço sem ter visto a vida."
Ali ali só ali se se alice ali se visse quanto alice viu e não disse se ali ali se dissesse quanta palavra veio e não desce ali bem ali dentro da alice só alice com alice ali se parece (Paulo Leminski)
domingo, 30 de abril de 2017
sábado, 22 de abril de 2017
O (re)descobrimento do Brasil.
Lá pelos idos de 1500, um grupo de insatisfeitos como os mandos e desmandos de uma Europa corrupta e decadente decidiu buscar vida nova em novas terras. Os rebeldes, liderados pelo jovem Pedro Álvares Cabral, exímio navegador e curioso desbravador, sob o pretexto de repetir o recém descoberto trajeto para as Índias, deixaram Portugal em caravelas carregadas de otimismo e esperança!
Após uma viagem turbulenta por desconhecidos mares revoltos, julgaram-se fracassados em sua tentativa e condenados à má sorte de sua empreitada. Mas quis o destino que eles não abandonassem os seus sonhos. E, providencialmente, fez-se a calmaria que os arrastou, cansados e já sem forças, à sua terra prometida.
Ainda sem acreditar na sua bem-aventurança, observaram, temerosos, um grupo de nativos seminus aglomerarem-se, à sua espera, numa areia branca como jamais tinham visto! Já tinham ouvido falar de tais criaturas, mas não haviam se imaginado frente a frente com elas e temiam sua selvageria.
O líder dos nativos, no entanto, com largo sorriso e braços abertos, recepcionou os fatigados viajantes com toda a cortesia possível. E entre farta comida, bebida e festejos, os rebeldes logo se sentiram seguros e, estranhamente, em casa. Adormeceram sob o infinito céu estrelado, embalados pela música de frondosas árvores balançando ao vento.
Os próximos dias voaram! Os novos habitantes se surpreendiam, a cada minuto, com as belezas naturais da terra que os acolheu. E se surpreendiam, ainda mais, com o conhecimento dos nativos, que tudo conheciam da floresta, do céu, dos rios e dos animais. Não imaginavam haver tanta sintonia entre tantas forças da natureza!Maravilhavam-se com seus costumes e rituais. E aprendiam tudo o que podiam. Pensavam na sua Europa distante e juraram não cometer, nas novas terras, os mesmos erros que deixaram os rastros de trevas e destruição.
Os nativos, por sua vez, também se surpreendiam com a destreza dos novos amigos. Tinham aparelhos e utensílios de toda sorte e para todo uso e eram capazes de produzir verdadeiras mágicas! Pareciam mesmo chegados de outros mundos! E também aprendiam tudo o que podiam! E agradeciam a sorte de conhecer essas incríveis criaturas vindas do além mar.
Os dias tonaram-se semanas, semanas meses e logo os já não tão novos habitantes decidiram partir e buscar o seu próprio chão. Entendiam que os nativos tinham direito ao seu espaço e, além disso, queriam desenvolver uma civilização mais próxima do que a que estavam acostumados. Partiram aos primeiros raios da aurora, já saudosos da família que deixavam para trás. E, numa improvisada cerimônia de batismo, passaram a se chamar brasileiros.
E assim foi. Formaram pequenos povoados aqui e ali, ao longo de um Brasil grande e promissor. E o Brasil crescia livre e soberano.
A noticia logo se espalhou pelos quatro cantos do mundo e outros grupos insatisfeitos e oprimidos no seu direito de vida sonhavam juntar-se a eles. Primeiros chegaram grande número de navios negreiros. Nativos e brasileiros não acreditavam no estado precário em que esses navios chegavam. E cuidaram-lhes até que estivessem recuperados e prontos para também refazer suas vidas. Aprenderam sobre seus deuses e rituais e admiravam a sua força e determinação para prosperar. E o Brasil se desenvolvia livre e soberano.
Depois chegaram italianos, japoneses, árabes, e tantos e tantos outros que ouviram desse país pródigo e acolhedor. E todos os grupos foram bem vindos e respeitados em suas culturas e anseios. E o Brasil prosperava livre e soberano.
E assim próspera até hoje. Pois não há limites para uma nação sustentada sobre a igualdade e oportunidade para todos!
Quem dera fosse essa a verdadeira história do descobrimento do nosso país! Quem dera todo 22 de abril fosse a celebração orgulhosa da terra que, em se plantando, tudo dá. Daria. Poderia dar. Inclusive e principalmente responsabilidade e justiça social. E respeito às diferenças. E verdadeiro acolhimento. E assim, germinaria sonhos sempre possíveis de liberdade, prosperidade e soberania.
sexta-feira, 21 de abril de 2017
Brasilia.
Fui a Brasília pela primeira vez em setembro de 1968.Meu pai nos levava para conhecer a nossa capital como presente de 10 anos. Íamos de dois em dois. Beth e Zeca já tinham ido, eu e Cristina fomos juntas e Andréa, por ser a última, foi sozinha alguns anos depois.
Já tínhamos voltado a morar no Rio nessa época e fomos de carro até Brasília. Não tenho muitas lembranças do trajeto, mas lembro de ser longe, muito longe. Tenho também duas cenas muito vivas na minha memória: ver de perto o Rio São Francisco e, ao entrar em Goiás, o meu pai parar o carro na beira da estrada e a gente ficar lá, pelo tempo que não sei precisar, observando os tucanos cruzarem os ares diante dos nossos narizes. Nunca esqueci a imagem daqueles tucanos.
Ficamos num hotel de frente para a Esplanada dos Ministérios. Uma vista espetacular da cidade que ainda se construía. Mas, aos 10 anos, Brasília e sua obscura importância ainda não me diziam muito.
Logo ao chegarmos, meu pai foi chamado para urgências de trabalho e passou os dias ocupado, enquanto eu e a Cristina nos munimos de gibis e, apesar dos apelos turísticos, preferimos ficar nos hotel lendo e jogadas na cama.
Ainda assim, lembro muito bem do jantar no restaurante da Torre com as luzes espetaculares da cidade vistas bem do alto. Lembro também dos passeios pelos marcos arquitetônicos devidamente registrados em poses fotográficas. (ps 1: ressentimento eterno pelo cabelo joãzinho que minha mãe me obrigava a usar) (ps 2: a Cristina vai me matar por publicar essas fotos!)
Mas a maior das lembranças foi a busca incansável do meu pai por um dos restaurantes, na sua opinião, dos mais inesquecíveis de Brasília! Procurou, procurou, procurou e quando, finalmente o encontrou, fomos, na maior expectativa, ao que seria o ponto alto da viagem. Casebre 13. Um casebre literal, com a entrada formada por tiras de plástico fazendo as vezes de porta. O lugar estava vazio, com os garçons sentados às mesas forradas com toalhas também de plástico, jogando conversa e o tempo fora. Deram um pulo ao nos ver entrar e, se tivéssemos ficado, dificilmente outra vez na vida seríamos servidos por tantos garçons ao mesmo tempo! Ainda guardo o olhar de incredulidade desapontada do meu pai. O episódio rendeu muitas risadas ao longo da história familiar . E foi, sim, o ponto mais alto da viagem!
Voltei a Brasília algumas vezes. Na adolescência, fui visitar uma de minhas melhores amigas, cujo pai havia sido transferido pelo BB. Já adulta, para compromissos profissionais com o meu ex-marido, com sorte simultâneos com o tempo em que a minha primeira amiga da vida - nos conhecemos desde o pré primário - morou lá. As últimas vezes foram há cinco anos atrás, para o batizado e primeiro aniversário dos gêmeos da minha sobrinha Marcela, nascidos em Brasília. Foi bom refazer o circuito turístico, com outro olhar, acompanhada da minha filha.
Tenho, portanto, com Brasília, uma relação construída pela afetividade. E, mais recentemente,pela moderada apreciação e reconhecimento pelo acervo arquitetônico. Prefiro assim. Pois trazer a nocividade da política para essa relação seria condená-la à frieza, distanciamento e inacessibilidade. Física e emocional.
sexta-feira, 14 de abril de 2017
Porque são tantas as cruzes nessa vida...
Cristãos de todo o mundo - e também não cristãos - lembram hoje a paixão e morte de Jesus, fazendo da crucificação o maior dos seus símbolos. Não creio haver memória coletiva de maior abrangência e impacto.
Independentemente da crença religiosa ou fé de Jesus ser ou não o filho de Deus, a sua figura história é evidenciada, não questionada e tem sido, ao longo dos séculos, objeto de estudo minucioso e de teorias cada vez mais surpreendentes e divergentes, criando, inclusive, muitas vez, mal estar entre as comunidades científicas/históricas/teológicas e a Igreja.
Algumas dessas teorias são rapidamente refutadas, mas outras ganham consistência quanto mais os estudos desmistificam as metáforas e simplificações que fundamentam os evangelhos. Conhecimentos de geografia, por exemplo, contradizem localizações. Da mesma forma, aprofundamento nos hábitos sociais e políticos da época apontam incoerências em muitos relatos. Nada que comprometa a evidência irrefutável da passagem de Jesus no mundo, mas que ajustam as distorções - acidentais ou propositais - promulgadas nos textos bíblicos.
Zelota - A Vida e a Época de Jesus de Nazaré, publicado em 2103, por exemplo, causou uma enorme polêmica ainda não resolvida. Escrito por Reza Aslan, historiador (por acaso, muçulmano) que dedicou 20 anos de pesquisa às religiões com foco em Jesus, o livro apresenta o personagem histórico desvinculado da figura religiosa construída e perpetuada pela Igreja católica. O Jesus histórico, segundo ele, foi o maior revolucionário de todos os tempos!E transgressor nada pacífico do domínio político romano e da opressão da casta sacerdotal de Jerusalém. Claro que, na época, política e religião se fundiam e confundiam e muitas das interpretações atribuídas à espiritualidade de Jesus eram, na verdade, posicionamentos meramente políticos. Assim, segundo Aslan, a crucificação foi, afinal, uma punição por crimes contra o Estado. Essa visão desmistifica também os companheiros de cruz de Jesus - o bom e o mau ladrões - atribuindo a eles a mesma motivação rebelde.
Independentemente das falhas e questionamentos veementemente apontados por críticos em todo o mundo, pessoalmente, gosto da imagem desse Cristo predominantemente revolucionário e que lutou, incansável, ao custo de sua vida, pelos ideais que defendia. Político ou espiritual, reinos terrenos ou celestes, revolucionário ou pacifista, judeu convicto ou precursor de outra religião, filho de Deus, profeta ou apenas humano, seja o que for, a verdade inquestionável é que Jesus foi a figura que mudou a história do mundo. De todo o mundo. E nenhum outro personagem sob qualquer natureza, convicção ou motivação chegou perto de mudanças tão profundas.
E nessa Sexta-Feira Santa - particularmente nessa Sexta-Feira Santa, soterrados sob a lama venenosa da nossa política nefasta, penso em todos nós, em cada um de nós, que, capengas e como podemos, ainda tentamos vias crucis individuais e coletivas por um mundo melhor. Em maior ou menor escala, lutamos pela sobrevivência a duras penas, abandonados e desassistidos. Lutamos contra perseguições e preconceitos por pensar e agir "diferente". Lutamos pelas liberdades individuais e coletivas. Pelas minorias e pela diversidade. E pelas artes e expressões. Todos lutamos. De alguma forma. Por alguma causa. Sob alguma forma.
Mais ainda, penso no forte símbolo da cruz. A cruz punitiva e definitiva. Mas também redentora e salvadora. E torço para que essa ambiguidade da crucificação se resolva. E que a nossa cruz, as nossas cruzes, sejam mais leves, suportáveis e libertadoras. Porque está, de verdade, muito difícil carregar as cruzes que, por justiça e merecimento, não são nossas.
quinta-feira, 6 de abril de 2017
H.Stern. O primeiro emprego a gente nunca esquece.
O meu primeiro emprego formal, com carteira assinada, foi na H.Stern. Eu tinha 16 anos, acabado de voltar do intercâmbio dos Estados Unidos e com muita vontade de ganhar o meu próprio dinheiro. Estudava pela manhã no Colégio de Aplicação da UFRJ e passei a trabalhar das 14:00 às 22:00 todos os dias.
Eu era recepcionista na loja da Avenida Atlântica, ao lado do Copacabana Palace. Minha função era assessorar os vendedores. Eu ficava de pé, ao lado da mesa onde os clientes eram atendidos, e ia e vinha do estoque com as bandejas dos potenciais produtos. Cada bandeja tinha um código, baseado nas pedras e no tipo de joia (anel, brinco, pingente, etc). Eu não podia me dirigir ao cliente e aguardava os pedidos do vendedor para trazer as bandejas numeradas. Achava os vendedores o máximo! Elegantes, chiques, e como sabiam seduzir os clientes! Dois em especial me tratavam com muita consideração e com eles aprendi muito sobre pedras: os nomes, as tonalidades, a pureza, a lapidação, e mais. Aprendi também que há gosto e mau gosto pra tudo!
A responsável pelo estoque era uma moça jovem, grávida do primeiro filho, e que nos deixava experimentar as joias nos intervalos! Experimentei tesouros! Joias dignas de rainhas! E rapidamente desenvolvi o meu gosto muito particular para joias.
Naquela época, a loja central ficava no centro e os treinamentos eram feitos lá. . Conhecíamos a história da empresa e também cada etapa do processo: da pedra bruta a joia pronta. Que universo fascinante e sedutor! E que profissionais talentosos e criativos! Adorava ver a área de lapidação! Que precisão! Que concentração!
Depois de oito meses, fui transferida para o Hotel Sheraton na Avenida Niemeyer. O hotel tinha acabado de inaugurar e a H.Stern tinha 3 lojas lá: a tradicional de joias, a de artesanato (Curio) e a de conveniência. Fui trabalhar na Curio, que vendia de pratos de borboleta a estatuetas do Corcovado. Apesar de não trabalhar com as joias, foi o período mais legal, porque passei a ter contato direto com os clientes. O melhor é que os hóspedes vinham frequentemente à loja, mas deixavam para comprar apenas na hora de ir embora e, assim, mantínhamos uma relação estreita com eles. Conheci muita gente legal. Uma vez, um mágico se hospedou no hotel. Ele vinha quase todos os dias e fazia seus truques para nós. Outra vez, um italiano gastou uma verdadeira fortuna comprando mimos para seus amigos. Pelo valor, ele devia ser amigo de toda a Itália!
Sofia era a minha companheira de turno e uma das pessoas mais engraçadas que conheci! Completamente pirada! E inventava as histórias mais malucas sobre cada uma daquelas peças. Os clientes ouviam, maravilhados, enquanto ela discursava sobre as lendas das borboletas azuis e sobre as sementes dos colares! Todos raríssimos e cheios de mistérios! Eu ouvia fascinada, e logo aprendi a também contar o que eles estavam ávidos por ouvir! Aprendi muito com a Sofia!
A loja da frente era de discos. Jana era a menina que ficava na loja no mesmo turno que nós. Rick Wakeman estava no auge com Journey to the Centre of the Earth e The Myths and Legends of King Arthur and the Knights of the Round Table. Jana nos deixava ouvir e ouvir e ouvir sem parar! E dela ganhei de aniversário um colar de puka shells, meu maior objeto de desejo na época! Não tirava esse colar dos pescoço! E nem as 96 - sim, 96! - pulseiras coloridas que usava simultaneamente e que cobriam todo o meu antebraço. Essas pulseiras eram fininhas e vendidas em conjuntos de 4. Não tirava essas pulseiras!
O Sr. Stern adorava dar incertas nas lojas. Ele tinha um fusca velho que ele mesmo dirigia. Mas as recepcionistas da entrada do hotel, solidárias, acionavam o alerta e nos avisavam quando ele chegava! Assim, estávamos sempre impecáveis quando ele entrava feito um furacão, mal falava, olhava de cima a baixo e saia. Eu e Sofia, se não estávamos com clientes, fingíamos estar arrumando as vitrines ou repondo estoque. Eram funcionárias exemplares!
Deixei de trabalhar na H.Stern no ano do meu vestibular. Com muita pena, pois adorava trabalhar lá! Mas seria impossível conciliar as longas horas de trabalho com a preparação para entrar na UFRJ.
Hoje, lendo sobre a homologação do acordo de delação premiada da H.Stern, lembrei-me dessa época com saudades. E fiquei triste. E pensei em como essa relação política/empresarial é nociva e destrutiva. E em como um mundo de desejos reluzentes e preciosos se transforma em cúmplice da falência de uma cidade.
Por romantismo ou pollyanismo, escolho a imagem daquela H.Sterm que me deu a primeira oportunidade de me descobrir como profissional e que me ensinou a encontrar prazer no trabalho!
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