sábado, 22 de abril de 2017

O (re)descobrimento do Brasil.







Lá pelos idos de 1500, um grupo de insatisfeitos como os mandos e desmandos de uma Europa corrupta e decadente decidiu buscar vida nova em novas terras. Os rebeldes, liderados pelo jovem Pedro Álvares Cabral, exímio navegador e curioso desbravador, sob o pretexto de repetir o recém descoberto trajeto para as Índias, deixaram Portugal em caravelas carregadas de otimismo e esperança!

Após uma viagem turbulenta por desconhecidos mares revoltos, julgaram-se fracassados em sua tentativa e condenados à má sorte de sua empreitada. Mas quis o destino que eles não abandonassem os seus sonhos. E, providencialmente, fez-se a calmaria  que os arrastou, cansados e já sem forças, à sua terra prometida.

Ainda sem acreditar na sua bem-aventurança, observaram, temerosos, um grupo de nativos seminus aglomerarem-se, à sua espera, numa areia branca como jamais tinham visto! Já tinham ouvido falar de tais criaturas, mas não  haviam se imaginado frente a frente com elas e temiam sua selvageria.

O líder dos nativos, no entanto, com largo sorriso e braços abertos, recepcionou os fatigados viajantes com toda a cortesia possível. E entre farta comida, bebida e festejos, os rebeldes logo se sentiram seguros e, estranhamente, em casa. Adormeceram sob o infinito céu estrelado, embalados pela música de frondosas árvores balançando ao vento.

Os próximos dias voaram! Os novos habitantes se surpreendiam, a cada minuto, com as belezas naturais da terra que os acolheu. E se surpreendiam, ainda mais, com o conhecimento dos nativos, que tudo conheciam da floresta, do céu, dos rios e dos animais. Não imaginavam haver tanta sintonia entre tantas forças da natureza!Maravilhavam-se com seus costumes e rituais. E aprendiam tudo o que podiam. Pensavam na sua Europa distante e juraram não cometer, nas novas terras, os mesmos erros que deixaram os rastros de trevas e destruição.

Os nativos, por sua vez, também se surpreendiam com a destreza dos novos amigos. Tinham aparelhos e utensílios de toda sorte e para todo uso e eram capazes de produzir verdadeiras mágicas! Pareciam mesmo chegados de outros mundos! E também aprendiam tudo o que podiam! E agradeciam a sorte de conhecer essas incríveis criaturas vindas do além mar.

Os dias tonaram-se semanas, semanas meses e logo os já não tão novos habitantes decidiram partir e buscar o seu próprio chão. Entendiam que os nativos tinham direito ao seu espaço e, além disso, queriam desenvolver uma civilização mais próxima do que a que estavam acostumados. Partiram aos primeiros raios da aurora, já saudosos da família que deixavam para trás. E, numa improvisada cerimônia de batismo, passaram a se chamar brasileiros.

E assim foi. Formaram pequenos povoados aqui e ali, ao longo de um Brasil grande e promissor. E o Brasil crescia livre e soberano.

A noticia logo se espalhou pelos quatro cantos do mundo e outros grupos  insatisfeitos e oprimidos  no seu direito de vida sonhavam juntar-se a eles. Primeiros chegaram grande número de navios negreiros. Nativos e  brasileiros não acreditavam no estado precário em que esses navios chegavam. E cuidaram-lhes até que estivessem recuperados e prontos para também refazer suas vidas. Aprenderam sobre seus deuses e rituais e admiravam a sua força e determinação para prosperar. E o Brasil se desenvolvia livre e soberano.

Depois chegaram italianos, japoneses, árabes, e tantos e tantos outros que ouviram desse país pródigo e acolhedor. E todos os grupos foram bem vindos e respeitados em suas culturas e anseios. E o Brasil prosperava livre e soberano.

E assim próspera até hoje. Pois não há limites para uma nação sustentada sobre a igualdade e oportunidade para todos!


Quem dera fosse essa a verdadeira história do descobrimento do nosso país! Quem dera todo 22 de abril fosse a celebração orgulhosa da terra que, em se plantando, tudo dá. Daria. Poderia dar. Inclusive e principalmente responsabilidade e justiça social. E respeito às diferenças. E verdadeiro acolhimento. E assim, germinaria sonhos sempre possíveis de liberdade, prosperidade e soberania.

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