quarta-feira, 20 de setembro de 2017

Rosh Hashaná.






Rosh Hashaná, o ano novo judaico, celebra a criação do homem. É  tempo de reflexão e observância. Despertar, ao toque do shofar, a consciência sobre o direito de existir à imagem e semelhança a Deus, conferindo ao homem o poder divino de mudar o mundo, seja para construí-lo cada vez melhor e mais bonito, seja para destruí-lo. Livre arbítrio: que nos diferencia de todas as criações.

Atribuir ao livre arbítrio a expressão máxima do Rosh Hashaná significa  assumir responsabilidade sobre as próprias decisões. Para que mais decisões corretas sejam tomadas, é fundamental que cada um se conheça íntima e intensamente  como ser individual com ideias, pensamentos e desejos próprios e escute as aspirações da alma. Nossa alma é o nosso verdadeiro eu e seremos mais ou menos felizes quanto mais atentos e leais formos aos seus anseios.

O livre arbítrio também permite reavaliar decisões que não sejam mais válidas, ainda que já tenham sido um dia. Perdoar e perdoar-se. Começar novo, limpo, inteiro, entregue. Tantas vezes quanto necessárias para a paz interior e para o engrandecimento da existência.

Em Rosh Hashaná, Deus abre o Livro da Vida. Ser inscrito/reinscrito é a verdadeira comunhão da essência judaica!

Não há  imagem mais inspiradora e libertadora! Livros são guardiões. Confinam palavras e ideias no espaçamento de suas páginas. Guardam e registram fatos e pensamentos. Mas, ao mesmo tempo, rompem todas as barreiras! Criam mundos, inventam palavras, multiplicam-se em sentidos e significados inusitados e transgressores. E é nessa dualidade entre o limite e o ilimitado que o ato de escrever/inscrever contém e resiste à ordem e ao aleatório.

Entender as histórias - individuais e coletivas - ensina erros e aponta novos caminhos de acertos. Construir histórias - individuais e coletivas - explora potenciais, ensina limites  e oferece oportunidades. Poder escolher boas histórias para viver e escrever é o maior presente e também o  maior desafio.

E ainda que Rosh Hashaná seja uma celebração intrinsecamente judaica, seus símbolos podem inspirar momentos coletivos de reflexão e inspiração. Reflexões e renovações mais do que necessárias diante das turbulências sombrias que temos atravessado como humanidade.

Que novas e nobres  histórias sejam inscritas no Livro da Vida - de vidas! Doces, como sempre devem ser.


Shaná Tová Umetuká!






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