quinta-feira, 19 de maio de 2016

E=mc2

"A imaginação é mais importante do que a ciência, porque a ciência é limitada, ao passo que a imaginação abrange o mundo inteiro." (Albert Einstein)




 O Dia do Físico foi instituído em 2005 para comemorar o centenário da publicação dos trabalhos de Einstein. Dizem que a data escolhida, 19/05, seria uma alusão ao ano de 1905, seu Ano Miraculoso.

Física vem do grego "physis" e significa "realidade" ou "natureza". Seria portanto, a ciência que estuda as propriedades da matéria e seu movimento através do espaço e do tempo e suas correlações com conceitos de energia, força, etc. Em suma: a ciência que tenta compreender e explicar o funcionamento do universo.

Minha relação com a Física é traumática! Aliás, pós traumática! Se é uma ciência palpável e explicável, pois elabora o nosso universo tangível e experimental, para mim, não passa de uma ciência abstrata, incompreensível e quase obscura! O verdadeiro grego das ciências!!

Zé Luiz foi o meu professor de Física durante todo o 2º grau no CAp. Um figura inexpressiva e que demonstrava um certo enfado com a nobre missão do magistério. Vestia jeans e camiseta polo. Falava baixo, senso de humor inexistente e cumpria o conteúdo curricular sem despertar curiosidade ou paixão. Não me lembro de tiradas engraçadas ou associações que ajudassem a "iluminação".

Nunca me iluminei. Só consegui ir bem, ou melhor, relativamente bem, até os princípios do MRU (Movimento Retilineo Uniforme).  Entrou aceleração e MRUV (Movimento Retilineo Uniformemente Variado), danou-se. Aqueles trens que vinham em direções opostas deixaram marcas profundas. A Física me perdeu. Para sempre.

Lembro-me das aulas de Dinâmica e das benditas Leis de Newton. Lembro-me de ter que demonstrar as forças que atuavam sobre cada corpo. Lembro-me de Termodinâmica, de Ótica, de Empuxo e sei lá mais o que. E  lembro-me de precisar montar as equações matemáticas para explicar um fenômeno que eu não tinha a menor ideia! Quanto sofrimento! Quanta frustração! Quanta sensação de incompetência!

Creio já ter comentado por aqui  que,  por alguma abdução inexplicável - ou das maiores ironias do destino - meu primeiro vestibular foi para Engenharia Química. Sim! Eu, essa pessoa que sofria com a Matemática e padecia com a Física. Entrei na UFRJ, mesmo tendo tirado 4/20 - repito: 4/20 - na Prova de Física da Cesgranrio. Lá fui eu, cheia de mim, para a aula de Física I. Na primeira prova, coloquei o estojo e a calculadora em cima da carteira. Calculadora moderna - calculava até tangente -  e que finalmente seria usada, sem a chatice do colegial de precisar fazer as contas na ponta do lápis. Um grande passo para uma relação mais madura e audaciosa com a ciência das ciências! Eram apenas três questões. Todas com letras. Nem um número sequer para eu poder, ao menos, ensaiar alguns tentativas frustradas na calculadora. Fingir que estava resolvendo alguma coisa. Entreguei a prova com alguns rabiscos. Tirei 0,5. Não passei, obviamente. No segundo semestre, refiz Física I. Não passei outra vez, obviamente. Por sorte, meu pai foi transferido para São Paulo. Abandonei a Física para sempre. Com arrepios e  calafrios.

Consegui fazer as pazes com a Física mais recentemente, assistindo ao maravilhoso seriado The Big Bang Theory! Que prazer ouvir frases e frases e frases sem entender uma só palavra! E conseguir rir - muito - com a serenidade e cumplicidade de quem está do outro lado: o lado que sabe que Física é para poucos. Muito poucos. Os escolhidos.

Minha admiração pelos que conseguem algum entendimento dentro da incompreensão absoluta!

Mas sigo Einstein.  Entre a ciência e a imaginação, fico com a última!


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