quinta-feira, 5 de novembro de 2015

A menina, as chupetas y los gatitos.

Em um pacato bairro residencial de Buenos Aires, lá pelos idos de 1991...

A menina de três aninhos abre los ojitos e se espreguiça na cama. Com a chupeta na boca, procura as outras duas que se perderam durante a noche. Uma em cada mãozinha. Cheirando as bochechinhas. Delícia...

Descalça, cabelos arrepiados e ojitos ainda sonolentos, vai à procura da mãe. Chupeta na boca e chupetas na mão. Ganha um colinho apertado e um besito estalado de buen dia.

Senta para desayunar. Muito a contragosto, coloca as 3 chupetas ao lado do plato. Mas ali, juntinho dela. Olhar atento para não perder de vista.

Hora de se vestir e ir para la escuelita. Caminha devagar, quase estanca. Chupeta na boca e chupetas na mão. Sucção compassada e tão fuerte que nem se sabe como a chupeta resiste. 

A menina olha pra mãe e olha pra gavetinha da mesita ao lado de sua cama. Olhar quase de súplica. Um não querer sincero. Sofrido.

Mas trato é trato. E o trato é deixar as chupetas na gavetinha quando sai para a escola. 

Acontece que no jardin del vecino mora uma  mamãe gata. E coitada! Não tem chupeta para dar para sus gatitos... Y ellos lloran y lloran...   A gata, então, procura chupetas em gavetinhas de meninas de três aninhos e, quando acha,   pega emprestado para sus gatitos.

A menina gosta da mamãe gata y de sus gatitos. Ela empresta suas chupetas durante o dia.  Coitadinhos dos gatitos que lloran y lloran!

Mas a menina sente muita falta de suas chupetas. Passa o dia pro dia logo passar. Juega, juega, juega. Sem parar. Pro dia logo passar.

Olha pro jardin, pero nada da mamãe gata. De vez em quando, abre a gavetinha ao lado da sua cama, pero nada de chupetas. Estão com a mamãe gata e com los gatitos. E o dia passa que não passa.

No fim da tarde, quando o sol vai embora e o jardin del vecino escurece, a menina  corre que corre para o seu quarto. Abre a gavetinha e... Viva!!! Lá estão as amadas chupetas!!

Rostinho iluminado!!  Pura felicidade!! Chupeta na boca e chupetas  na mão. Uma em cada mãozinha. Cheirando as bochechinhas. Delicia...

Y asi passam los dias. Muchos dias.  E as chupetas passam los dias com a mamãe gata y sus gatitos. Que ya non lloran y lloran...

Y asi  passam las noches. Muchas noches. E as chupetas passam las noches  com a menina de três aninhos. Na boca e nas mãos. Uma em cada mãozinha. Cheirando as bochechinhas. Delícia...


















2 comentários:

  1. Linda história. Linda construção. Já Laura me dava muito prejuízo. Passeávam.os de carrinho e ela queria " a pata"- chupeta ainda não dava pra falar.
    Mal chegávamos á rua e ela jogava a pata fora, no meio dos carros. E queria sempre outra. Quantas patas no asfalto.....
    Um dia combinamos de dar adeus às patas. Ela foi forte, sumiram todas mas guardei uma just in case.
    Santa iluminação. Logo depois ficou doente e chorava pela casa: a pata, a pata....
    Dei. Quando ficou boa combinamos de novo.
    E nunca mais se ouviu falar da pata,

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    1. Tô adorando os relatos sobre como cada criança deixou a sua chupeta!

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