sábado, 21 de outubro de 2017

Aquela noite em 67.






Ponteio, Domingo no Parque, Roda Viva, Alegria Alegria , A Estrada e o Violeiro. 

Edu Lobo,  Gilberto Gil,  Chico Buarque,  Caetano Veloso,  Sidney Miller. E Sérgio Ricardo.

Marilia Medalha, Os Mutantes, MPB4, Beat Boys e Nara Leão.

Violão, Guitarras elétricas, berimbau. E um violão quebrado. 

MPB, Jovem Guarda, Tropicália. 

Se ter reunido diamantes musicais desse quilate naquela noite em 67 já parece quase impossível, repetir, em algum momento no futuro, algo minimamente semelhante é inimaginável!

Uma noite mágica! Uma noite inesquecível! A noite que mudou a música brasileira e estabeleceu um patamar de excelência correspondido  e jamais superado.

Estava tudo lá. Os segredos não reveláveis das genialidades que combinavam letras e músicas para cantar as profundezas das nossas brasilidades caladas e/ou em construção. As formalidades e as transgressões em consonância e equilíbrio improvável. As emoções à flor da pele. As juventudes protagonistas. 

Que noite! Ah... Que noite! Ainda que as torcidas fossem ruidosas e parciais, ainda que a disputa fosse tão acirrada, jamais outra  noite provocou tanta comoção e mobilização. E tantas memórias grandiosas de uma  parte da nossa história que deu certo. 

Que noite grande! Ah...Que grande noite! Noite que ainda ecoa nos ouvidos em acordes perpétuos! E que é marco. E que é divisor. E que é referência e ponto de partida. Pela noite em 67, sempre teremos para onde voltar  para reconhecimento e espelhamento.

Aquela noite em 67 foi uma só noite em várias. Noite de música, noite de política, noite de participação, noite de engajamento, noite de posicionamento, noite de inconsequências, noite de experimentações, noite de acasos, noite de bandidos e mocinhos, noite de aplausos, noite de vaias. 

Uma noite tão especial que comportaria qualquer resultado! E qualquer que tivesse sido a ordem das premiações, teria provocado o mesmo ganho! 

Ao comemorar os cinquenta anos da noite em 67, impossível não reverenciar os protagonistas que ainda fazem história e continuam sendo referência da produção cultural do nosso país. Ao mesmo tempo, impossível não lamentar a esterilidade que não produziu prole fecunda e renovadora. 

Salve aquela noite em 67! Que privilégio tê-la em destaque no calendário da minha vida!




 

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