Ali ali só ali se se alice ali se visse quanto alice viu e não disse se ali ali se dissesse quanta palavra veio e não desce ali bem ali dentro da alice só alice com alice ali se parece (Paulo Leminski)
quarta-feira, 8 de março de 2017
Dia Mundial das Aranhas.
Fiar e tecer são artes femininas tão antigas quanto a história do mundo. Fios das mais diversas texturas, resistências e cores foram/são usados em atos criativos e expansivos, tão reais quanto simbólicos.
Vários são os mitos de deusas e seus poderes proféticos e mantenedores da ordem cósmica diretamente associados aos movimentos cíclicos e de alternância da tecelagem. E assim, fios mágicos e míticos respondem pela criação dos elementos da natureza e do tempo. Tão frágeis quanto potentes e resistentes, os fios criam e sustentam os destinos dos seres humanos.
Mais além, ainda que a história da humanidade tenha sido/ainda seja contabilizada pela equivocada ótica dos feitos quase que exclusivamente do universo masculino, é o universo feminino, paralelo, misterioso e sutil que efetivamente promove as transformações e as perpetua na memória coletiva.
Fios de histórias - concretas, traduzidas, sonhadas, imaginadas, inventadas - tecem nossas teias de valores, símbolos e identidades. É esse o segredo e missão da natureza feminina.
Surge, assim, a aranha como símbolo maior do trabalho meticuloso e incansável de capturar , desconstruir e renovar complexas teias. Guardiã da ordem, tecelã da sustentação, transmissora da memória.
Aranhas do mundo!!! Dia de recarregar fontes de inspiração e criatividade para novas teias!!! Delicadas, coloridas, inesperadas, inusitadas e transgressoras e que nos salvarão da irreversível desumanidade!!
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