segunda-feira, 16 de janeiro de 2017

La La Land... La La La...

"City of stars... Are you shining just for me?... City of stars... You never shined so brightly..."





La La Land é  como se costumava chamar Los Angeles, em especial o distrito de Hollywood, em referência à toda a mágica que  acontece ali. Título perfeito para esse filme irresistível, encantador e apaixonante! Toda a magia hollywoodiana está retratada nessa pequena obra-prima!

O musical é um  tributo calculado e merecido ao gênero! O enredo simples e ingênuo,  recheado de clichês, reflete esmero e atenção a detalhes  Nada é descuidado ou gratuito! A nostalgia é construída positivamente e não no saudosismo vão e engessado. Referências a clássicos como Casablanca, Juventude Transviada e Dançando na Chuva celebram a história do cinema, mas, ao mesmo tempo, servem como elo com o tempo presente.

O encantamento já se impõe na cena de abertura. Que cena lindíssima e envolvente! Quanta música, quanta luz, quanta coreografia, quanta juventude! Tudo pulsa! Tudo move! Tudo sugere sonhos e vontades!

A partir dai, já estamos cativos. E entregues para acompanhar e torcer, ao longo da simbologia das estações do ano, as primaveras, verões, outonos e invernos das trajetórias  profissionais e do desenrolar do amor entre Mia (Emma Stone) e Sebastian (Ryan Gosling). A atuação da dupla impressiona e comove! Sem serem particularmente reconhecidos pelas habilidades necessárias para estrelarem musicais (canto e dança), surpreendem pela qualidade, naturalidade e verdade. Com química já lapidada por trabalhos anteriores, constroem sua história de amor com romantismo contagiante e convincente. Não há como não torcer pelo sucesso de ambos e pelo final feliz!

As histórias individuais são comuns a  tantos outros artistas que chegam a Hollywood cheios de sonhos e enfrentam as dificuldades e desilusões. Como também a história de amor é comum a tantas outras que passam do arrebatamento inicial ao desgaste do dia a dia e da interferência dos problemas de sobrevivência. O mérito do diretor Damien Chazelle, que também assina o roteiro, foi criar, dentro de um modelo simples e trivial, personagens que quebram a previsibilidade e se transformam sem perder o que os reconhece.

A cena final provoca  encantamento  ainda mais intenso do que a cena de abertura! O que poderia ter sido contrastado com o que efetivamente foi provoca emoções conflitantes. Um misto de melancolia com resignação, ao mesmo tempo em que anuncia o fim da magia com os créditos finais. Que pena acabar!

Chazelle imprimiu perfeição técnica ao seu filme. Assim,   arte, iluminação, fotografia, figurino e trilha sonora constituem-se elementos formais irretocáveis e impecáveis!

Para quem é familiarizado com literatura, poderia-se dizer que La la Land é um dos mais característicos representantes do parnasianismo, movimento literário definido pela busca da estética perfeita e cuidadosamente trabalhada!

Já consagrado no Globo de Ouro, La La Land  também se  consagrará na emoção inesquecível que certamente entrará na história dos musicais!




Nenhum comentário:

Postar um comentário