"Liberdade! Liberdade!... Abre as asas sobre nós..."
Os versos acima são do Hino da Proclamação da República, mas ficaram mais conhecidos 100 anos depois, como refrão do samba enredo na vitória da Imperatriz Leopoldinense em 1989.
Do latim "res publica" (coisa pública), o conceito de república é amplo, pois abrange outros conceitos como democracia, bem comum e liberalismo. Hoje, entendemos como república a forma de poder que emana do povo, fundamentada numa constituição que promove, protege e garante os direitos fundamentais e as liberdades civis de todos os cidadãos de igual forma.
Em 15 de novembro de 1889, proclamou-se a República no Brasil, pondo-se fim à Monarquia. Teoricamente, isso significaria a migração do "império da coroa" para o "império da lei".
127 anos depois, no entanto, ainda vivemos num autêntico sistema imperial, onde cora e lei ainda se confundem. Privilégios de poder seguem transmitidos hereditariamente. Igualdade aplica-se apenas às minorias beneficiadas. E a justiça regulamenta, predominantemente, justificativas para a impunidade.
A partir do escândalo do mensalão, em 2005, temos vivido a tímida esperança da descoroação desses impérios anacrônicos. Esperança frustrada por tão poucas punições e pelo rápido rearranjo dos podres poderes.
A operação Lava-Jato reacendeu essa esperança, ao mesmo tempo em que testemunha, atônita, as manobras mais do que escabrosas para transformar denúncias em vitimizações e vitimizações em denúncias. O salve-se-quem-puder começa a abalar os pilares que , historicamente, perpetuam coroas: lealdades, fidelidades e cumplicidades. Mas, ainda assim, ainda que com já alguns condenados, a mobilização para salvação dos podres poderes preocupa e decepciona.
A consolidação da nossa república parece , ainda , um futuro distante e utópico e conceito mais simbólico do que real. As moedas de troca continuam manipuladas. É muita coroa pra pouca cara!
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