"Faço versos pro palhaço que na vida já foi tudo... Foi soldado, carpinteiro, seresteiro e vagabundo... Sem juiz e sem juizo fez feliz a todo mundo... Mas no fundo não sabia que em seu rosto coloria... Todo encanto do sorriso que seu povo não sorria... " (O Circo - Sidney Miller)
Sapatos desproporcionais. Nariz vermelho. Trajes multicoloridos. Acessórios inusitados. Maquiagem elaborada. Máscaras que reproduzem as emoções mais primárias do ser humano: o cômico, o trágico, o dramático, o romântico, o terror.
Palhaços são exagerados. Superlativos. Encenam o trivial. Expõem o ridículo. Repetem erros. Estimulam a irreverência, o deboche e a transgressão
Palhaços despertam reações diversas. Da admiração ao medo. Ma jamais a indiferença! Alguns transpiram alegria genuína. Outros inspiram melancolia. Seja como for, são determinantes na formação do nosso imaginário! E responsáveis pela elaboração das nossas primeiras percepções das mazelas humanas e como aprender a lidar com elas através do humor.
No dicionário dos símbolos, o palhaço representa o reverso da medalha da realeza, opondo-se à soberania com irreverência, ao temor com o riso e ao sagrado com o profano.
Uma pena que tais características, intencionadas à representação cênica, tenham ultrapassado os limites do palco e do picadeiro e disseminado significados pejorativos à realidade e práticas comunitárias e sociais. O arquétipo do riso inspirando o estereótipo do malandro e não confiável, e também o do crédulo, do otário, do manipulado. Esses não celebramos. Lamentamos.
Parabéns aos profissionais que se dedicam a traduzir a vida em risos e alegria! Aos incansáveis construtores de picadeiros em ruas, praças, creches, escolas, hospitais ou em qualquer espaço onde haja uma criança precisando de tantas cores, fantasias e acrobacias!
Rir ainda é o melhor remédio!
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