Eu tinha 19 anos quando Star Wars estreou, mudando a história do cinema e criando a legião de fãs que atravessa, fiel, quase 4 décadas !Paisagens inóspitas, personagens inusitados, efeitos especiais surpreendentes e a saga, jamais superada, da Força vital que busca o seu equilíbrio entre o seu lado de luz e o seu lado obscuro.
Luke Skywalker, Princesa Leia, Han Solo e suas extensões R2D2, C3PO, Chewie, contrapostos aos mistérios e conflitos de Darth Vader, construíram imaginários referenciais da minha geração. Jedis, sabres de luz, a Força intuitiva e a sedução de seu lado obscuro foram/ainda são conceitos moldadores de caráter e de espelhamento.
A primeira trilogia inovou por começar a história pelo meio, deixando abertas as possibilidades do antes e o depois. Mas, ainda assim, completa e fechada em si mesma.
Em 1999, dezesseis anos depois, portanto, do Episódio VI (O Retorno do Jedi), fui com meus filhos, pré adolescentes de respectivamente 11 e 10 anos, ver O Episódio I - A Ameaça Fantasma. A excitação para conferir "o início de tudo" foi frustrada nesse e nos episódios subsequentes. Sem os elementos que fizeram o sucesso da trilogia inicial, a saga esvaziou sem a mesma resposta e impacto.
O Episódio VII - O Despertar da Força vem resgatar e reativar a identidade e essência do verdadeiro Star Wars, permitindo a reconexão das gerações anteriores, ao mesmo tempo em que conecta as novas gerações. Que feliz escolhas! Que transição bem feita! Que equilíbrio entre ação e emoção!
Referência e reverência. Essas são as palavras que definem a tão esperada continuidade! Renovação sustentada pelos acertos do passado. Protagonismos cedidos como ponte para o futuro. E é assim que a independente e destemida Rey, o cômico e preocupado Finn, o leal e determinado Poe e o complexo, perturbado e intempestivo Kyle Ren estabelecem novas referências para desdobramentos futuros. Um time de jovens atores extremamente talentosos e que assumem os seus espaços com consciência e competência. Menção também para o carismático androide BB-8! Que personagem delicioso!
Mas o maior mérito para a transição suave e acolhedora foi, sem dúvida, a sustentação dos ícones da trilogia original. Obi Wan Kenobi, Princesa Leia, Luke Skywalker, C3PO, R2D2, Han Solo e Chewbacca são o conhecido. O sabre de luz tão familiar e a nave antológica Millenium Falcon atravessando a velocidade da luz são o porto seguro.
Neles, reconhecemos a saga. Neles, reconhecemos nossos mitos, Com eles, torcemos pelo novo, pelo porvir. E é assim que sentimos a Força - tal como a conhecemos - despertar em nós e em si mesma.
E à primeira aparição de Han Solo e Chewbacca, emocionada, me senti verdadeiramente em casa!
Nenhum comentário:
Postar um comentário