terça-feira, 11 de julho de 2017

Nascemos há 30 anos!


Nascemos, eu e ele,  no dia 11 de julho de 1987 às 16:00.  Nascemos prematuros. Ele, por vontade própria e  muita vontade de vida. Eu, pela vontade dele. E da minha também, claro, mas a partir daquele naquele dia em que nasci com ele, a minha vontade passou a contar muito pouco.

Ele nasceu pequenininho... Tão lindo... Nasceu canceriano, porque não seria leonino por nada! E nasceu num sábado, claro, porque estava predestinado a ser o rei dos weekends. Nasceu decidido e curioso. Entendeu o mundo pela dramaticidade. E assim , dramático, ousou alagar mundos.

Eu nasci muito mais insegura e medrosa. O mundo fora dele nos meus braços me parecia tão perigoso... Acho que eu nasci assim torta porque eu  já tinha nascido antes. Eu já tinha sido outra antes de nascer com ele. E é tão  mais difícil tornar-se outra do que tornar-se alguém...

E assim seguimos. Eu e ele. Aprendendo a ser. Como podíamos. Como podemos. Acho que ele aprendeu/aprende muito mais rápido. E eu, na cola dele. Tudo que eu sabia antes de nascer com ele ajudou. Mas pouco, muito pouco. Tudo o que eu sei hoje, e acho que sei bastante -  ou, pelo menos o que mais importa -  aprendi com ele.

Hoje completamos 30 anos. Três décadas. Não é pouca coisa. Mas é muito pouca coisa. Porque 30 anos passam mais rápido do  que o piscar de olhos. Ou do que a menor medida do universo. Mas 3 décadas  é também muita coisa. Porque 30 anos multiplicam o amor que a gente sente . Ou as emoções mais profundas e intensas  que a gente tem vivido.

Eu tento me lembrar de quem eu fui antes de nascer com ele, mas não me encontro. Só sei ser com ele. Sou essa - e até me gosto, quase sempre - porque ele me ensinou a ser assim. Desafiando, abrindo caminhos  que eu desconhecia, apresentando esses mundos alargados que eu olhava/ainda olho com desconfiança, me obrigando a entender, conhecer, refletir, experimentar.

Nesse dia em que comemoramos os nossos nascimentos, eu queria  um mundo em que coubesse tudo que ele é. Porque ele é tanto! E  queria um mundo que refletisse todas as coisas límpidas que ele produz.  E queria um mundo que sonhasse os seus sonhos, e abraçasse seus abraços, e acolhesse a todos os que ele acolhe! Porque o mundo que ele pensa é muito muito muito melhor!

Daniel, meu filho!!! Feliz nova década!!! Que novos mundos continuem a te fazer feliz!!!








8 comentários:

  1. Tão bom ler isso. Tão bonito. A gente se reconhece. Mães que de repente tem filhos de 30. Quando me dei conta...pisquei e virei mãe de trintões rs.
    Parabéns pra vocês dois, lindos companheiros de jornada.Boa caminhada.
    Bjs saudade

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    1. Monica, 30 é muuuuito!!! Mas é pouco... 30 é um susto!!!! rsrs Saudades tbm. Precisamos marcar alguma coisa. Bjs

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  2. Teus textos sempre me emocionam.... Parabéns pro Daniel! Que ele seja, sempre, imensamente feliz! Beijos!

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    1. Como sempre intensos teus textos Alice! Sim nasceremos sempre todos os anos com nossos filhos, adorei essa analogia, e os mundos que se renovam. E o teatro que o Daniel abraçou que abre sempre novos caminhos, sonhos......que virtude! Parabéns Daniel!

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    2. Lucinha, obrigadaaa!!! Quem já tem filho que cruzou a linha dos 30 me entende! Bjs, querida amiga!

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    3. Obrigadaaaa, Valeria!! De imperatriz pra marquesa, entendemos essa confusão que é ser mãe, né? Bjs

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  3. Lindo! Acho até que quando completamos as décadas, ficamos mais emocionadas do que eles, com certeza. O susto é quando os filhos entram nos "enta"... aí, minha querida, temos uma DR seríssima com o espelho, com a gente, é muita reflexão! Mas é uma imensa conquista, também, qualquer tempo a mais que ficamos juntos!

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  4. Nos "enta" eu acho que não resisto... Mas é muito bom vê-los maturar, né? Só Maya ora dar conta do assunto!! Bjs

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